Coisas de outros tempos
sexta-feira, maio 12, 2006
A revista Plateia
A revista Plateia surgiu em 1951, sob a direcção de Luís Miranda (mais tarde, Baptista Rosa foi um dos directores), com título de propriedade de António Joaquim Dias, que esteve na origem da empresa Aguiar e Dias.
Terá publicado 1031 números até ao ano de 1986, quando foi extinta.
Sendo caracterizada como uma revista de espectáculos, sobretudo de cinema e teatro, também abordou o mundo da música comercial, através de diversos artigos e reportagens, sendo publicados alguns números especiais dedicados a cantores ou grupos, de que foram exemplo os Beatles.
O título não era inédito no panorama das publicações de espectáculos, tendo havido anteriormente uma folha quinzenal intitulada A platea, publicada em Lisboa entre 1875 e 1876, e uma outra com o título A platéa, em 1900 e 1901, apresentando-se como publicação theatral e litteraria. Em 1913, no Porto, publicou-se também A plateia, um jornal de teatros, sob a direcção de Alfredo Saldanha, e em 1922, novamente em Lisboa, surgiu A plateia: publicação teatral, dirigida por Otávio da Piedade, que terá durado oito números. As dimensões destas publicações, como era aliás habitual em finais do século XIX e princípios do século XX, era bem maiores do que a revista a que nos referimos: enquanto as mais antigas oscilavam entre os 32, 33 ou 39 centímetros de altura, a Plateia de 1951 media cerca de 28 cm, tendo chegado a apresentar uma dimensão bastante mais curta por volta dos anos 60.
Nas suas páginas, profusamente ilustradas com fotografias, praticamente na totalidade a preto e branco, surgiram grandes nomes do teatro em Portugal, em particular do teatro de revista, alternando com artigos com maior incidência no voyeurismo do dia a dia dos e das artistas, procurando abranger um público diversificado, que procurava satisfazer a sua curiosidade sobre a vida dos famosos. O aparecimento da televisão tele uma grande influência da concepção da revista, que passou a dar maior realce às figuras que iam aparecendo no pequeno ecrã, e nas suas páginas podemos observar como era o panorama do mundo do teatro e da música mais comercial que se ouvia em Portugal, já que só nos anos 70 vieram a surgir publicações totalmente dedicadas ao panorama musical.
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