Coisas de outros tempos

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segunda-feira, abril 11, 2005

Obras por fascículos


A aquisição de obras por fascículos é algo hoje em dia por demais corriqueiro, alimentando uma indústria de editoras que sobrevive graças a este tipo de publicações, de entre as quais as mais conhecidas serão porventuras a Planeta Agostini, Salvat, RB&M, entre outras, tal como o são os clubes de livros, que obrigam a uma aquisição regular caso se pretenda completar a obra, e que, na grande maioria dos casos, fornecem um objecto de colecção como complemento, ou em que aquilo que é oferecido é a razão para se iniciar uma colecção em que os fascículos constituem apenas o complemento, sendo que a aquisição se faz em papelarias ou tacabarias, havendo no entanto a opção da assinatura.

Mas nem sempre foi assim. Em tempos, a aquisição da própria obra era efectuada por capítulos que eram editados separadamente, normalmente por assinatura, e a própria obra - e não os complementos - constituía a razão de ser da opção pela sua compra, dando origem a uma edição constituída por um ou mais volumes a que se arriscavam empresas editoras de livros ou papelarias que tivessem alguma tradição - e suporte financeiro - para se aventurarem a tais empreendimentos; havia também empresas associadas a jornais ou revistas, como foi o caso da Editorial O Século, que hoje em dia abandonaram este tipo de actividade face a uma mais agressiva e competitiva atitude de empresas que, na sua maioria, são multinacionais, e que podem baixar o preço dos fascículos, embora continuem a ser, se contabilizarmos a globalidade da obra, caras e acessíveis a poucas bolsas, embora no passado ainda o fossem mais.

Assim se adquiria uma obra, que ainda hoje é uma referência no panorama literário português e nunca mais reeditada nos tempos mais actuais, como a História da Literatura Portuguesa Ilustrada, com direcção de Albino Forjaz de Sampaio, e onde colaboraram, entre outros, nomes como Afonso Lopes Vieira, Agostinho de Campos, Augusto Gil, Carlos Malheiro Dias, Eugénio de Castro, Fidelino de Figueiredo, Henrique Lopes de Mendonça, João Grave, Joaquim de Carvalho, José Joaquim Nunes, José Leite de Vasconcelos, Júlio Dantas, Manuel da Silva Gaio, Reinaldo dos Santos e Ricardo Jorge, editada pelas Livrarias Aillaud e Bertrand em 1929 e depois em 1942, constituindo, após o seu completamento, quatro volumes, tendo um preço por fascículo de 10 escudos, o que era uma quantia substancial para a época.

Outras obras de que aqui deixamos ilustração foram Favoritas e Favoritos Célebres, de Sousa Costa, editada pela Papelaria Fernandes Editora em 1950 em 46 fascículos, que apresentava ainda desenhos de Fernando Carlos, e ainda Grandes Dramas da História, igualmente da autoria de Sousa Costa, e editada pela Editorial O Século em 1940, composta por 12 fascículos mensais.



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