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segunda-feira, março 14, 2005

Transportes públicos de Lisboa


A Companhia Carris de Ferro de Lisboa é fundada no Rio de Janeiro em 18 de Setembro de 1872 e, através do chamado sistema americano, que consistia em carruagens movidas por tracção animal que se deslocavam sobre carris, proporcionou que na cidade de Lisboa surgisse uma rede de transportes públicos colectivos.

Em 23 de Janeiro de 1873, Luciano Cordeiro de Sousa e o seu irmão Francisco Cordeiro de Sousa obtêm os direitos para a implantação de um sistema de transporte do tipo americano denominado Viação CarrilVicinal e Urbana a Força Animal. Em 14 de Fevereiro, a Câmara Municipal de Lisboa aprova o trespasse daquela concessão para a Empresa Companhia Carris de Ferro de Lisboa. Em 17 de Novembro é inaugurada a primeira linha de Americanos, num troço entre a Estação da Linha Férrea do Norte e Leste (Stª Apolónia) e o extremo Oeste do aterro da Boa Vista (Santos).

Em 1874, foi adquirida uma propriedade onde foi possível a criação da Estação de Santo Amaro à qual, a breve trecho, se seguiria a do Arco do Cego. Inicialmente limitando-se aos transportes por tracção animal, vulgarmente conhecidos como Americanos, a companhia estudou a possibilidade de implantar um sistema de transportes com a utilização de locomotivas, o que deu origem a que, pouco depois de 1877, se iniciassem algumas carreiras temporárias entre o Cais do Sodré e Algés.

Em 1888, é fundada a empresa de Eduardo Jorge, com carruagens puxadas por mulas, mais baratas do que os «americanos» da Carris, e que vieram a popularizar-se como choras, segundo alguns pelo facto de o seu proprietário se queixar constantemente da concorrência da Carris, mas provavelmente devido ao ruído produzido pelas carroças. A empresa acabou por fechar as suas portas em 1917, já que os carros eléctricos da Carris e as restrições do pós-guerra constituíram obstáculos de difícil resolução.

Já na empresa Carris se havia então optado pelo transporte a energia eléctrica, e em 1900 foram colocados novos carris nas ruas da cidade, bem como a rede eléctrica aérea e foi construída uma central com capacidade de fornecer a energia necessária. A primeira linha foi inaugurada a 31 de Agosto de 1901, entre o cais do Sodré e Ribamar, em Algés, e quatro anos depois já toda a rede estava electrificada, provocando o desaparecimento definitivo dos americanos. A pouco e pouco foram surgindo novas carreiras e foi também inaugurado o serviço de transportes públicos por autocarros, em 1944, muito embora os primeiros seis autocarros tivessem sido adquiridos para servir a deslocação do público à Exposição do Mundo Português, em Belém.

As três primeiras carreiras regulares de autocarros foram a nº 1, entre o Cais do Sodré e a Rotunda, e as carreiras números 2 e 3, entre a Praça do Comércio e a rua Miguel Bombarda, pelas ruas Rodrigo da Fonseca ou pela Avenida Duque de Loulé, aparecendo posteriormente outras carreiras, que acabariam por relegar o transporte eléctrico para segundo plano.

Noa anos 60 acentua-se a diferença entre as carreiras de autocarros e de eléctricos, e o aparecimento do Metropolitano, aliando-se ao congestionamento crescente das artérias da cidade, veio provocar o quase total desaparecimento do transporte eléctrico, que hoje em dia é quase insignificante na rede de transportes públicos de Lisboa.

Resta ainda dizer que uma boa parte dos transportes eléctricos ainda em funcionamento é o da rede de elevadores da cidade, que foi instalado para ajudar a vencer os seus acentuados declives.

Muito embora tivéssemos reproduzido alguns exemplares de bilhetes que possuímos, existe uma página da Internet que expõe uma interessante colecção de bilhetes e horários dos transportes públicos de Lisboa, e não só. Fica aqui a referência.

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