Coisas de outros tempos

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quarta-feira, março 02, 2005

Os programas das sessões de cinema



Em tempos que já lá vão, quando os bilhetes de cinema não eram como estes de agora, cuspidos por máquinas electrónicas, quando digital era adjectivo que se referia a dedos e não a zeros e uns, quando a fila e o número da cadeira em que nos sentávamos era escrita à mão nos pequenos pedaços de papel colorido que eram a antevisão de alguns minutos de magia, nos cinemas havia o hábito de nos entregarem um folheto com o programa da sessão. Havia a ficha técnica do filme, algumas vezes uma sinopse do argumento, e muitas vezes uma apreciação acerca do mesmo, a maior parte das vezes positiva, entenda-se, em que eram citados críticos nacionais ou estrangeiros, pequenos extractos do que saía nos jornais, para além de alguma publicidade, que ajudava a custear a impressão os folhetos, muitas vezes a duas ou três cores e, nalguns casos, em bom papel.

Anunciavam-se restaurantes, cabeleireiros, lojas de moda, empresas de caixilharia em alumínio, casas de pneus, de artigos para surdos, como se fosse uma boa recomendação para os duros de ouvido que iam ver a fita, camiseiros, lojas de móveis e, frequentemente, apresentavam-se os filmes que iriam estrear dentro em breve. Nalguns casos, mais especiais, distribuía-se alguma informação sobre o realizador, ou publicitava-se ciclos de cinema, com as respectivas datas.

Era uma iniciativa deveras interessante, que desapareceu de todo, segundo julgo, uma vez que fornecia ao espectador alguns dados sobre o filme que optara por ver, e contribuía certamente para um maior desenvolvimento da cultura cinematográfica.

 


 


 











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